30.9.08

Agradecimento e convite

Amig@s,

Agradeço enormemente as felicitações que recebi pelo meu aniversário e aproveito para convidá-l@s para a comemoração que farei dia 3, sexta-feira, por determinação e iniciativa da minha querida amiga Ana Cláudia Monteiro, que disse que não se comemora aniversário antes do dia.

O “samba, suor e cerveja” vai rolar a partir de 19h30m, no Centro Cultural Memórias do Rio, um lugar muito animado na Av. Gomes Freire 289 - Lapa, tel.: 2221-5441. Vejam a casa no link abaixo:

http://www.obaoba.com.br/centro-cultural-memorias-do-rio

Espero vocês lá!

ANDREI BASTOS - 23456 - Vereador


Cleyde Prado Maia - Missa de 30º Dia

Recado da Família Prado Maia:

A Missa de 30º dia pelo falecimento da querida Cleyde já está marcada. Dia 06/10, às 18:00 horas, na Igreja de São Francisco Xavier, na Tijuca. Será mais um encontro dos AMIGOS e dos ADMIRADORES DO TRABALHO da Cleyde.

Abraços,

Celyse Prado Maia (irmã, com muito orgulho!!)

OAB defende a cassação de linhas de ônibus sem vistoria

Extra Online, 30/09/2008:

OAB defende a cassação de linhas de ônibus sem vistoria

Marcelo Dias - Extra

RIO - A Prefeitura do Rio já poderia ter cassado as permissões das empresas de ônibus Oriental e Feital. As duas circulam com suas frotas em situação praticamente ilegal: nenhum coletivo havia sido vistoriado, até o dia 1º de setembro, na Secretaria municipal de Transportes. E poucos teriam passado pela inspeção do Detran. Segundo o procurador-geral da seção estadual da Ordem dos Advogados do Brasil, Ricardo Cramer, as duas empresas não poderiam mais estar operando no Rio.

No domingo, o Extra revelou que os 172 ônibus da Oriental e os 110 da Feital trafegam irregularmente pela cidade. A falta de vistoria no Detran teria origem na falta de pagamento do IPVA (até setembro de 2008). A dívida chegaria a R$ 3,1 milhões. À prefeitura, seriam R$ 804,9 mil em multas. Ao todo, 31,46% da frota de ônibus da cidade circula sem vistoria.

(Clique aqui e saiba mais)

29.9.08

Os descalabros do Pan 2007

Quarta-feira, 24 de Setembro de 2008
Veja.com / RADAR ON-LINE
Lauro Jardim
e-mail: radaronline@abril.com.br

BRASIL
Os descalabros do Pan 2007

O Brasil pensa na Olimpíada de 2016, mas até agora ninguém sabe quanto custou o Pan de 2007. O relatório de acompanhamento feito pelo Tribunal de Contas da União, que ficou pronto hoje, revela que os Jogos do Rio de Janeiro “custaram cerca de 3,3 bilhões de reais aos cofres públicos”. Mas alerta: “trata-se, porém, de uma estimativa. O valor exato não pôde ser conhecido, pois o governo ainda tem informações a prestar”. Apropriadamente, o relatório classifica esse montante de “valor superlativo” e qualifica alguns gastos de “despropositados”

Os técnicos do TCU constataram que, se os atletas não tiveram boas acomodações, não foi por falta de empenho dos organizadores em dar-lhes do bom e do melhor. Eis um trecho do relatório: “cada atleta ou membro da delegação esportiva que ficou hospedado na Vila Pan-Americana custou ao poder público 1,137 reais por dia. A quantia é muito superior ao cobrado por bons hotéis do Rio, incluindo pensão completa, e revela o despropósito desse gasto”.

Está bom para provar o descontrole? Então, vai mais um exemplo: no contrato original, o desenvolvimento do sistema de credenciamento estava orçado em 55 000 reais. Acabou custando 26, 7 milhões de reais. É isso mesmo: a ordem de grande da saiu da casa dos mil e foi para dos milhões.

O ministro Marcos Vilaça, relator do processo, determinou que, em 30 dias, o ministério dos Esportes encaminhe ao TCU mais de duas dezenas de esclarecimentos, prestações de contas, informações sobre gastos, inventário de bens adquiridos com o dinheiro público.

***

“Ei! Al Capone
Vê se te emenda
Já sabem do teu furo, nego
No imposto de renda
Ei! Al Capone
Vê se te orienta
Assim desta maneira, nego
Chicago não aguenta…”

(Raul Seixas e Paulo Coelho)

***

Leia também:
Pan: União gastou milhões com controle de acesso,
União gastou 1.589% acima do previsto com o Pan,
TCU: Governo gastou R$ 26,7 milhões com RFID no Pan-2007 e não utilizou,
Crime no Parapan,
Um crime anunciado,
O crime do Parapan

É DIFÍCIL PRA VOCÊ? IMAGINE PRA GENTE!

Site Em Dia Com A Cidadania, 29/09/2008:

“É DIFÍCIL PRA VOCÊ? IMAGINE PRA GENTE!” ENTREVISTA COM ANDREI BASTOS, CANDIDATO COM DEFICIÊNCIA

Andrei Bastos é um jornalista conhecido no Rio. Trabalhou mais de 20 anos n’O Globo, de onde saiu aposentado devido a um câncer ósseo, que amputou uma de suas pernas.

Ele já trabalhava pelos direitos da pessoa com deficiência, com a treinadora Georgette Vidor, quando passou a fazer parte efetiva do segmento.

Hoje é candidato a vereador pelo PPS (número 23456) do Rio, numa campanha feita por doaçõs que, no total, não chegaram nem a 3 mil reais.

É o nosso entrevistado de hoje e o único representante das pessoas com deficiência que, realmente, pretende montar um QG para encarar as mais diversas máfias que embarracam a acessibilidade.

***

Você teve uma militância política, mas nunca quis se meter em vida partidária. O que o fez mudar de idéía?

AB: Em primeiro lugar, a partir do meu engajamento na luta pelos direitos das pessoas com deficiência, a compreensão de que essa mesma luta pode ganhar maior efetividade com as próprias pessoas com deficiência detendo mandatos legislativos. Como sou amputado e politizado, resolvi encarar essa briga. Em segundo lugar, e não menos importante, a constatação de que o ambiente político está quase totalmente deteriorado pela presença de bandidos de toda ordem em cargos eletivos, fazendo com que a atividade parlamentar hoje em dia seja ela mesma um problema da maior gravidade, o que compromete qualquer iniciativa pelo bem da coletividade. Hoje vivemos uma situação de emergência em nossa cidade, particularmente na Câmara Municipal, que tem até matadores entre os vereadores, e é preciso que a sociedade se mobilize para expulsar essa gentalha da vida pública. Como cidadão que respeita o interesse público, sem que isso represente nenhum mérito, resolvi encarar também essa briga, não sem deixar de convocar a participação dos meus pares na luta pela restauração da ética na política, pois só a pressão de larga parcela da sociedade será capaz de reverter o quadro de metástase social em que vivemos.

Qual a sua plataforma?

AB: Além do combate a quem e ao que promove a deterioração das instituições e dos princípios éticos, a exemplo dos Jerominhos e Babus da vida, pretendo trabalhar pelo direito de ir e vir no sistema de transporte público, pela acessibilidade nas ruas, nos prédios públicos e privados e à informação para pessoas com deficiência física, visual, auditiva e intelectual, pela educação de qualidade e inclusão no mercado de trabalho e pelo atendimento adequado no sistema de saúde.

Mas o ponto principal não é transporte público acessível? os governos ficam inventando pirotecnicas, esteiras na praia, etc, e as pessoas com deficiência não têm como chegar a nada disso.

AB: Sem dúvida, e essa compreensão eu já tenho há muito tempo, desde quando conheci grupos de pessoas com deficiência de Campo Grande e Nova Sepetiba que são prisioneiros de suas próprias casas porque não têm como sair às ruas, que são esburacadas, e porque não têm como ir a lugar algum pois não existem ônibus acessíveis ou mesmo adaptados. Portanto, o ponto principal é mesmo o sistema de transporte público inacessível e controlado por uma máfia que manda e desmanda na cidade, na Câmara de Vereadores e até no prefeito. Essa máfia é um dos principais tumores cancerígenos que precisam ser extirpados da sociedade carioca.

Você está preparado pra enfrentar a máfia do transporte público?

AB: Se estar preparado é ter consciência clara do problema e ter coragem de fazer as denúncias necessárias, estou. Assim como a arma do cidadão de bem é o voto, as armas com que enfrentarei essa e outras máfias serão as palavras que construirão os projetos de lei que apresentarei, as denúncias e discursos que farei, assim como as ações cabíveis no âmbito do Judiciário que provocarei.

E como vai ser isso?

AB: Minha equipe será formada por especialistas, como advogados, arquitetos urbanistas, educadores e profissionais da saúde, entre outros. Acredito que uma assessoria qualificada me proporcionará os subsídios necessários para dar efetividade às minhas iniciativas políticas.

Como a gente sabe, acessibilidade não é só transporte público e pessoas com deficiência não são apenas cadeirantes e muletantes. Como você pensa em legislar para incluir os cegos e os surdos, por exemplo, na vida urbana?

AB: Já não é mais nenhum mistério e basta que incorporemos os parâmetros do chamado Desenho Universal em todas as formulações, desde um projeto de lei que determine a obrigatoriedade da renovação da frota de ônibus exclusivamente com veículos acessíveis até um simples projeto de urbanização de uma praça. O conceito de Desenho Universal é tão abrangente que beneficia a todas as pessoas, mesmo a quem não tem nenhum problema motor ou sensorial e vê anulada a possibilidade de se acidentar, e não apenas a cadeirantes, muletantes, cegos ou surdos.

Você foi e é um dos grandes batalhadores contra o Estatuto da Pessoa com Deficiência , do senador Paulo Paim. Aliás, se chama Estatuto da Pessoa Portadora de Deficiência. Pode explicar o motivo e por que não se deve falar “portadores de deficiência”?

AB: O problema em relação às palavras que usamos para expressar nossa condição não é uma simples questão de semântica. Ao condenarmos determinadas formas estamos promovendo não apenas o respeito à dignidade do ser humano que tem uma deficiência, mas também a conscientização pela sociedade da nossa condição real. Eu costumo brincar com a palavra “portador” dizendo que de portador não tenho nada porque até deixei de portar uma perna. Falando sério, o que leva à superação desse conceito de “portador” é o entendimento de que a deficiência é um atributo do ser humano, como ser alto, baixo, magro ou gordo, sendo a pessoa com deficiência parte da diversidade humana e não um segmento isolado, segregado. Quando alguém fala “portador de necessidades especiais” então, a reação que tenho é de perplexidade tamanho o absurdo. Uma das muitas necessidades especiais que tenho é ir a Paris todo fim de ano mas, infelizmente, a grana não dá…

Você é um dos poucos representantes do segmento nas eleições cariocas, este ano. Quais são os outros? Há algum contato entre vocês?

AB: Eu conheço outras três pessoas com deficiência candidatas, mas só tenho contatos esporádicos com uma delas.

Como é fazer campanha sem dinheiro, praticamente? Como você levantou fundos?

AB: Se não fosse a necessidade maior de ser criativo, o que me dá muito prazer, fazer campanha eleitoral sem dinheiro seria deprimente, especialmente quando me deparo com a fartura de materiais dos outros candidatos. Quando não existe grana, mesmo a criatividade precisa ser direcionada para o possível. O que torna esse trabalho gratificante para mim é que o meu possível são as idéias, as propostas e as palavras que tenho que escrever para apresentar aos outros meus pensamentos. Isso é gostoso de fazer, particularmente quando percebemos o poder que as palavras têm.

Se ganhar, a gente já sabe o que você vai fazer. E se não der pra chegar lá?

AB: A luta continua, companheira. Na verdade, eu sempre entendi uma campanha eleitoral, e mesmo um mandato, como parte de um processo político que não deixa de existir nunca e que pode encontrar numa casa legislativa apenas um patamar superior de luta. Em outras palavras, se não der pra chegar lá vou dar continuidade ao meu trabalho no terceiro setor que, a propósito, já rendeu muitos bons frutos, como a ratificação da Convenção da ONU para as pessoas com deficiência, por exemplo, movimento do qual tenho orgulho de ter participado.

ANDREI BASTOS - 23456 - Vereador
PPS - Partido Popular Socialista

28.9.08

Campanha Online


Minha campanha é rica de idéias e disposição de luta, mas pobre de recursos. Por isso, se você quiser ajudar, copie e envie para sua lista de amigos, fazendo sua recomendação de voto, o texto abaixo:

Para vereador:
ANDREI BASTOS - 23456

Por:
- Direito de ir e vir no sistema de transporte público.
- Acessibilidade nas ruas, nos prédios públicos e privados e à informação para pessoas com deficiência física, visual, auditiva e intelectual.
- Educação de qualidade e inclusão no mercado de trabalho.
- Atendimento adequado no sistema de saúde.

Para saber mais sobre Andrei Bastos, clique no link abaixo:

http://blog.andrei.bastos.nom.br/2008/09/09/andrei-bastos-23456-vereador-8/

ANDREI BASTOS - 23456 - Vereador
PPS - Partido Popular Socialista
(21) 2205-0022 / 9977-4276
http://blog.andrei.bastos.nom.br/ .

Nova presidente da FBASD

Pessoal,

No dia 25, quinta-feira passada, durante o V Congresso Brasileiro de Síndrome de Down em Londrina, a Cláudia Grabois foi eleita a nova presidente da Federação Brasileira das Associações de Síndrome de Down.

Assim que eu receber a relação com os nomes completos dos demais diretores eu informo a todos, mas foram eleitas pessoas que representam associações de todas as regiões do Brasil.

Claudia Grabois, mãe de 4 filhos, sendo que Raquel de 10 anos tem síndrome de down e cursa a segunda série de escola pública no Município do Rio de janeiro e frequenta no contra turno a sala de recursos.

- Associada da SSD Down e da Up Down, além de moderadora do Grupo RJDown.

- Coordenadora do Núcleo de Inclusão Social, responsável por fornecer informações e fazer parcerias com escolas.

- Realização de oficinas e seminários para escolas e famílias de 2000 a 2005 (Fórum) - foco para deficiência intelectual.

- Responsável pela produção de textos e material de informação sobre deficiências (com foco para síndrome de down e educação inclusiva).

- Parceria com a equipe de genética do Instituto Fernandes FiIgueiras - objetivando uma organização mais consistente para o momento da notícia.

- Parceria com Claudia Werneck e Escola de Gente. Alguns trabalhos estão no site da cjb (www.cjb.org.br).

- Coordenadora da Rede Contra Violência com foco na educação inclusiva para TODAS as crianças - 2003 a 2005 (Juntos.com) com a participação de convidados representantes do governo e da sociedade civil a cada reunião.

- Coordenadora da REDE INCLUSIVA, que reúne pessoas de diversos segmentos e instituições objetivando a transversalidade e uma sólida atuação social no campo dos Direitos Humanos e Direitos fundamentais da pessoa.

- Moderadora do grupo RJDown.

- Membro da equipe técnica do Fórum de Educação Inclusiva do Estado/FORINPE-UERJ. Participação ativa desde a sua formação (www.forinpe.kit.net).

- Orientação sobre os direitos humanos e direitos fundamentais das pessoas com deficiência para instituições com a realização de oficinas de terminologias, direitos humanos - "contra toda e qualquer forma de violência, discriminação e preconceito", legislação, acessibilidade etc.

- Diretora de Inclusão Social da FIERJ - gestão 2006 -2008.

- Parceria entre o NEI-UERJ e escolas.

- Trabalho junto às escolas pela inclusão para todos.

- Orientação sobre acessibilidade para a comunidade judaica e responsável pelos trabalhos voltados para os direitos humanos junto à juventude.

- Introdução de língua brasileira de sinais – Libras - nas atividades, textos em braille e sites acessíveis.

- Representação da FIERJ nos Fóruns de direitos humanos.

- Representante da FIERJ na Câmara técnica Rio sem homofobia.

- Participação ativa nas lutas contra a Intolerância religiosa.

- Responsável pela introdução do espaço inclusão e acessibilidade no programa semanal de rádio da FIERJ (produtora e apresentadora do programa semanal).

- Participação na Comissão Organizadora Estadual da II CEDH, pela Rede Inclusiva e FIERJ.

Um abraço,

Fábio Adiron
Inclusão : ampla, geral e irrestrita

27.9.08

Campanha Online

Minha campanha é rica de idéias e disposição de luta, mas pobre de recursos. Por isso, se você quiser ajudar, copie e envie para sua lista de amigos, fazendo sua recomendação de voto, o texto abaixo:

Para vereador:
ANDREI BASTOS - 23456

Por:
- Direito de ir e vir no sistema de transporte público.
- Acessibilidade nas ruas, nos prédios públicos e privados e à informação para pessoas com deficiência física, visual, auditiva e intelectual.
- Educação de qualidade e inclusão no mercado de trabalho.
- Atendimento adequado no sistema de saúde.

Para saber mais sobre Andrei Bastos, clique no link abaixo:

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ANDREI BASTOS - 23456 - Vereador
PPS - Partido Popular Socialista
(21) 2205-0022 / 9977-4276
http://blog.andrei.bastos.nom.br/ .

ANDREI BASTOS - 23456 - Vereador


26.9.08

Comunicação sem alma pequena

Com vocês, meu segundo artigo no REDCAST, da RedCafé Comunicação (já estou me sentindo em casa):

COMUNICAÇÃO SEM ALMA PEQUENA
26/09/08

Por Andrei Bastos

O avanço que a causa das pessoas com deficiência está vivendo, assim como outros movimentos sociais, oferece uma boa oportunidade para também progredirmos na compreensão de como deve ser a comunicação para o terceiro setor nos dias de hoje, em que as organizações da sociedade civil interagem por meio das redes virtuais da internet e ganham qualidade e velocidade inéditas na sua atuação.

As pessoas com deficiência, mesmo ainda longe da cidadania plena, conquistaram significativo espaço na mídia, internacional e nacional, principalmente depois da Convenção Sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência da ONU, aprovada em dezembro de 2006 e que teve grande repercussão política no mundo e em nosso país. É desse exemplo que podemos extrair alguns ensinamentos.

Antes, durante e depois da Convenção, os militantes trabalharam a comunicação de uma forma totalmente engajada, visando informar e conscientizar a sociedade das suas questões, absolutamente sem nenhuma isenção, colocando-se com paixão nos relatos dos acontecimentos ou nas análises, estas rigorosamente tendenciosas. Poderíamos dizer que isso não tem nada de novo, que a política sempre fez assim, como nos casos clássicos do nazismo e do stalinismo. Acontece que o diferencial está justamente em que, ao contrário dos políticos, que geralmente usam as ferramentas de comunicação para manipular as pessoas de forma dissimulada, esta militância de hoje assume a comunicação como atividade-fim e não como meio ou instrumento, como arma tão poderosa quanto as leis na luta contra o preconceito e a discriminação e pela sua emancipação. Sem disfarce.

Aliás, essa prática reafirma de maneira irrefutável que o direito é construído nas lutas sociais e não nos tribunais e que a sociedade não pode se furtar à atividade política, pois ela é o único meio de se construir o mundo melhor com que nós todos sonhamos.

Mas, para quem aprendeu nas escolas e redações a trabalhar a notícia com distanciamento e imparcialidade, esta comunicação quase passional pode parecer estranha. Nada indica que tenha outro jeito. Indo mais longe, sem nunca chegar à passionalidade, os fatos relacionados ao exemplo escolhido nos ensinam que no terceiro setor não podemos jamais fazer propaganda enganosa. Além disso, deixam claro que o sucesso é daqueles que são “mais realistas que o rei” e não fazem nenhum tipo de concessão, como demonstrou o processo da ratificação da Convenção da ONU pelo Brasil, deflagrado em reunião dos militantes com deputados na Câmara Federal.

A trajetória desse tratado internacional no Brasil, onde obteve equivalência de emenda constitucional, mostrou que a complexidade e a interatividade das redes virtuais, com a circulação permanente de uma quantidade gigantesca de informações, criaram uma situação em que nunca foi tão verdadeiro que em um minuto é possível destruir o que foi construído em dez anos. A arma para isso, mais do que nunca, é a comunicação. Da mesma forma, ela também é a ferramenta, mais eficaz do que nunca, para a construção dos nossos sonhos, como demonstrado pelas votações expressivas obtidas pelos defensores da ratificação no Congresso.

Para finalizar este artigo e como mais uma lição desses episódios recentes, podemos observar que nos processos de comunicação das lutas sociais, nos nossos dias de pouca ou nenhuma privacidade, cada vez existe menos espaço para incoerências, falsidades, intrigas e outros comportamentos de almas pequenas. As almas têm que ser tão grandes quanto as causas. A comunicação também.

Pan: União gastou milhões com controle de acesso

Segundo o TCU, a União pagou R$ 26,7 milhões por sistema orçado em R$ 55,5 mil.

(Clique aqui para ler a notícia completa no O Globo Online)

***

“Ei! Al Capone
Vê se te emenda
Já sabem do teu furo, nego
No imposto de renda
Ei! Al Capone
Vê se te orienta
Assim desta maneira, nego
Chicago não aguenta…”

(Raul Seixas e Paulo Coelho)

***

Leia também:
União gastou 1.589% acima do previsto com o Pan,
TCU: Governo gastou R$ 26,7 milhões com RFID no Pan-2007 e não utilizou,
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O crime do Parapan

Crivella de olho na grana da Lei Rouanet

VAMOS VOTAR CONTRA ISSO!

O senador Marcelo Crivella, pastor e politico, está prestes a aprovar, no Senado Federal, uma emenda à Lei Rouanet que permite a construção, reforma de templos religiosos e pagamento de “pastores” com renúncia fiscal, passando a disputar verbas com a cultura.

Quem for contra e quiser se manifestar, assine a petição no link abaixo. Vamos lutar para manter as poucas verbas para as artes e a cultura brasileiras contra sanha por dinheiro de alguns “pastores”.

Repasse a informação a seus amigos gerando uma corrente na qual preservaremos a cultura e as artes no Brasil.

CLIQUE AQUI PARA ASSINAR A PETIÇÃO ONLINE

25.9.08

Candidato do PPS é morto em Nova Iguaçu

G1, 25/09/2008:

Candidato a vereador de Nova Iguaçu é morto com mais de 20 tiros

Foram 22 disparos, segundo a Polícia Militar. Quatro homens teriam participado da ação.

Do G1, no Rio

Um candidato a vereador por Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, foi morto na tarde desta quinta-feira (25) com 22 tiros. Segundo a polícia, ele foi atingido pelos disparos no bairro de Torres, Centro do município.

A vítima, identificada como Antônio Carlos Souza Silva, de 47 anos, chegou a ser levada por policiais ao Hospital da Posse, mas morreu antes de dar entrada na unidade. O candidato também era conhecido como Lourinho.

De acordo com a polícia, quatro criminosos encapuzados teriam participado da ação e fugido após os disparos em um carro. A polícia ainda não tem pistas da motivação do crime.

O PPS, partido do candidato, lamentou o episódio e deseja que sejam feitas todas as investigações para encontrar e punir os envolvidos. Segundo o partido, política se resolve com política e não com violência. O PPS acredita que a morte de Antônio Carlos tenha causas políticas.

***

Fonte: G1

Federação Nacional dos Médicos divulga nota sobre as declarações do governador do RJ

Blog Fala Médico, 24/09/2008:

A Federação Nacional dos Médicos divulgou nesta terça-feira, 23/09, nota sobre as declarações do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral Filho, que chamou os cinco médicos que faltaram ao plantão de domingo do Hospital Getúlio Vargas de “vagabundos e safados”. Os médicos foram demitidos e, na opinião de Cabral, “não têm compromisso com a população”.

A nota, assinada pelo presidente da Fenam, Paulo Argollo, foi divulgada nesta terça-feira pelos diretores Mário Fernando Lins e Jacó Lampert, que, junto com o presidente do Sindicato dos Médicos do Rio, Jorge Darze, concederam entrevista à imprensa na sede do sindicato.

No documento, Argollo diz que se os médicos erraram, serão punidos, mas que têm direito à defesa e não podem ser desrespeitados em público conforme fez o governador. Argollo também assinala que a necessidade da presença da Polícia Militar no hospital para conter o tumulto provocado pela demora no atendimento, pode significar que os plantonistas corriam risco de vida.

(Clique aqui para saber mais)

***

Leia também:

Contrato de médicos que faltaram plantão do Getúlio Vargas já tinha expirado (O Globo Online)

Cabral: “Cremerj não deve ficar defendendo meia dúzia de gazeteiros” (O Globo Online)

Cremerj diz que Cabral tem problemas mentais (O Globo Online)

Ônibus terão que ser adaptados para deficientes

O Globo, 25/09/2008:

Ônibus terão que ser adaptados para deficientes

A três meses do fim do mandato, Cesar Maia decretou que os novos ônibus, a partir de 16 de novembro, terão de ser adaptados a portadores de deficiência física.

(Clique aqui para saber mais)

***

Leia também:

O DEFICIENTE TRANSPORTE COLETIVO

União gastou 1.589% acima do previsto com o Pan

O Globo Online, 24/09/2008:

Relatório do TCU aponta indícios de superfaturamento

BRASÍLIA - Desorganização, falta de planejamento e gastos muito acima das previsões. Este é o diagnóstico do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre o uso de dinheiro público nos Jogos Pan-Americanos de 2007.

(Clique aqui para saber mais)

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“Ei! Al Capone
Vê se te emenda
Já sabem do teu furo, nego
No imposto de renda
Ei! Al Capone
Vê se te orienta
Assim desta maneira, nego
Chicago não aguenta…”

(Raul Seixas e Paulo Coelho)

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O crime do Parapan

24.9.08

Google dará US$ 10 milhões para projetos que “mudem o mundo”

O Globo Online, 24/09/2008:

Google dará US$ 10 milhões para projetos que “mudem o mundo”

Empresa comemora 10 anos pedindo idéias.

(Clique aqui para saber mais)

ANDREI BASTOS - 23456 - Vereador


“Casseta & Planeta” é acusado de preconceito contra deficientes

Portal IMPRENSA, 22/09/2008:

“Casseta & Planeta” é acusado de preconceito contra deficientes

Por Thaís Naldoni/Redação Portal IMPRENSA

Um quadro exibido no humorístico “Casseta & Planeta”, da TV Globo, na última semana, não foi bem visto por membros da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), seccional Rio de Janeiro (RJ). O personagem “Tinoco, o homem toco”, criado para o quadro “Otário Eleitoral”, foi alvo de críticas e de nota enviada pela OAB à TV Globo, no último final de semana.

O personagem é caracterizado como um homem que tem os membros superiores e inferiores amputados. Durante sua “propaganda eleitoral”, ele diz o seguinte texto: “você me conhece, eu sou o ‘Tinoco, o Homem Toco’. Vote em mim que eu não vou meter a mão. E, se eu roubar, não vou conseguir fugir.”

Tendo como destinatários o diretor-geral do programa, José Lavigne, e o diretor-geral de entretenimento da Globo, Manoel Martins, a nota, assinada por Margarida Pressburger, presidente da Comissão de Direitos Humanos e Assistência Judiciária da OAB-RJ, afirmava considerar “profundamente preconceituoso o personagem ‘Tinoco, o homem toco’”.

Segundo a Comissão, o programa “a pretexto de fazer humor escrachado, faz humor (?) de humilhação”. O comunicado diz, ainda, que o humorístico iguala os deficientes aos corruptos ou vigaristas. “Ser deficiente não é uma escolha ou uma não-qualidade - como ser corrupto ou vigarista. Não é engraçado se aproveitar das dificuldades de quem tão corajosamente as enfrenta”.

No último domingo (21/09), data que marca o “Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência”, deu-se início à Semana do Deficiente. Assim, a OAB ressalta que, em período em que “se faz um esforço maior para tentar conscientizar a sociedade para os difíceis problemas enfrentados pelos cidadãos com algum tipo de deficiência”, o programa faz o inverso.

Além disso, o IDENTIDADE - Grupo de Ação Pela Cidadania de Lésbicas, Gays, Travestis, Transexuais e Bissexuais -, com sede em Campinas (SP), enviou ao Ministério Público Federal (MPF) uma denúncia de discriminação contra pessoas com deficiência por parte do humorístico global.

Procurada pela redação do Portal IMPRENSA, a Central Globo de Comunicação diz ter estranhado a atitude tomada pela Ordem. “Estranhamos que a OAB-RJ tenha tomado uma iniciativa contra a liberdade de criação e expressão artística, assim como o papel que o humor desempenha na sociedade. Neste caso, sugerimos, ainda, que as pessoas verdadeiramente interessadas se empenhem mais em mudar a realidade do que em criticar a ficção”, afirmou.

Karl Marx manda lembranças

Folha de S. Paulo, 20/09/2008:

Karl Marx manda lembranças

César Benjamin

As economias modernas criaram um novo conceito de riqueza. Não se trata mais de dispor de valores de uso, mas de ampliar abstrações numéricas. Busca-se obter mais quantidade do mesmo, indefinidamente. A isso os economistas chamam “comportamento racional”. Dizem coisas complicadas, pois a defesa de uma estupidez requer sofisticação.

Quem refletiu mais profundamente sobre essa grande transformação foi Karl Marx. Em meados do século XIX, ele destacou três tendências da sociedade que então desabrochava:

(a) ela seria compelida a aumentar incessantemente a massa de mercadorias, fosse pelo aumento da capacidade de produzi-las, fosse pela transformação de mais bens, materiais ou simbólicos, em mercadoria; no limite, tudo seria transformado em mercadoria;

(b) ela seria compelida a ampliar o espaço geográfico inserido no circuito mercantil, de modo que mais riquezas e mais populações deleparticipassem; no limite, esse espaço seria todo o planeta;

(c) ela seria compelida a inventar permanentemente novos bens e novas necessidades; como as “necessidades do estômago” são poucas, esses novos bens e novas necessidades seriam, cada vez mais, bens e necessidades voltados para a fantasia, que é ilimitada.

Para aumentar a potência produtiva e expandir o espaço da acumulação, essa sociedade realizaria uma revolução técnica incessante. Para incluir o máximo de populações no processo mercantil, formaria um sistema-mundo. Para criar o homem portador daquelas novas necessidades em expansão, alteraria profundamente a cultura e as formas de sociabilidade. Nenhum obstáculo externo a deteria.

Havia, porém, obstáculos internos, que seriam, sucessivamente, superados e repostos. Pois, para valorizar-se, o capital precisa abandonar a sua forma preferencial, de riqueza abstrata, e passar pela produção, organizando o trabalho e encarnando-se transitoriamente em coisas e valores de uso. Só assim ele pode ressurgir ampliado, fechando o circuito. É um processo demorado e cheio de riscos, pois ninguém tem controle sobre o ambiente econômico em que opera.

Muito melhor é acumular capital sem retirá-lo da condição de riqueza abstrata, fazendo o próprio dinheiro render mais dinheiro. Marx denominou D – D’ essa forma de acumulação e viu que ela teria peso crescente. À medida que passasse a predominar, a instabilidade seria maior, pois a valorização sem trabalho é fictícia. E o potencial civilizatório do sistema começaria a esgotar-se: ao repudiar o trabalho e a atividade produtiva, ao afastar-se do mundo-da-vida, o impulso à acumulação não mais seria um agente organizador da sociedade.

Se não conseguisse se libertar dessa engrenagem, a humanidade correria sérios riscos, pois sua potência técnica estaria muito maisdesenvolvida, mas desconectada de fins humanos. Dependendo de quais forças sociais predominassem, essa potência técnica expandida poderia ser colocada a serviço da civilização (abolindo-se os trabalhos cansativos, mecânicos e alienados, difundindo-se as atividades da cultura e do espírito) ou da barbárie (com o desemprego e a intensificação de conflitos). Maior o poder criativo, maior o poder destrutivo.

O que estamos vendo não é erro nem acidente. Ao vencer os adversários, o sistema pôde buscar a sua forma mais pura, mais plena e mais essencial, com ampla predominância da acumulação D – D’. Abandonou as mediações de que necessitava no período anterior, quando contestações, internas e externas, o amarravam. Libertou-se. Floresceu. Os resultados estão aí. Mais uma vez, os Estados tentarão salvar o capitalismo da ação predatória dos capitalistas. Karl Marx manda lembranças.

21.9.08

Não teve tempo ruim pra quem foi à luta

A Caminhada do Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência foi marcada pela alegria e disposição de quem foi à luta e recebeu a chuva como uma benção de Oxumaré, Orixá da chuva e do arco-íris, que veio ao seu encontro em outra caminhada, a da Defesa da Liberdade Religiosa.

21/09 - Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência

Neste dia de Luta da Pessoa com Deficiência, 21 de setembro de 2008, lembramos de todos os companheiros que são discriminados, das crianças, adolescentes e jovens que ainda não têm acesso à educação, de tod@s que não têm o direito de ir e vir, que não têm direito à livre expressão, e de todas as pessoas com deficiência que vivem na pobreza, de tod@s a quem é negado o direito à sexualidade, a uma vida digna e à inclusão social plena.

Mas neste ano, também de tantas vitórias, pois em 2008 a Convenção Sobre os Direitos da Pessoas com Deficiência passou a vigorar, tivemos um grande avanço nas políticas públicas para promoção da educação inclusiva, resultado da luta de muitos junto ao MEC, vimos crescer o movimento pela acessibilidade e o rompimento de muitas barreiras que promovem a segregação, vimos um aumento da visibilidade e uma percepção maior das pessoas sem deficiência em relação às pessoas com deficiência. Este ano, mesmo com todas as dificuldades, foi coroado por esperança e vigor para o avanço da luta pela cidadania plena, para que um dia ela venha a ser de fato e não apenas de direito.

Principalmente neste ano, que ainda não terminou, sentimos a força do nosso protagonismo e pudemos ter certeza que sonho que se sonha junto é realidade e que a inclusão plena é possível, por termos as leis do nosso lado e podermos lutar pelos nossos direitos, pelos direitos dos nossos filh@s, pelos direitos de todo@s.

Neste dia de luta da pessoa com deficiência, agradecemos a todo@s que ao longo dos anos lutaram pelos avanços que hoje vivenciamos, que não foram poucos, agradecemos aos que estão entre nós e aos que já partiram, mas que certamente deixaram conosco a sua energia de luta e o exemplo da militância.

Por fim, vamos em frente, pois temos um longo caminho a ser percorrido na luta contra o preconceito e a discriminação e pela inclusão ampla, geral e irrestrita, que só de dará com o rompimento de todas as barreiras que impedem que quase 25.000.000 de pessoas tenham direito à dignidade e à cidadania plena.

Vamos comemorar o dia 21 de setembro exigindo acessibilidade para todas as pessoas, exigindo que os governos cumpram o seu papel tirando de uma vez por todas as leis do papel. Vamos celebrar a nossa força e a nossa voz e vamos seguir lutando para que 25.000.000 de pessoas tenham seus direitos assegurados e, em especial, para que as pessoas com deficiência que vivem na pobreza e em estado de vulnerabilidade tenham o devido apoio e deixem de fazer parte desta vergonhosa estatística.

Nos orgulhamos de fazer parte deste movimento e agradecemos a parceria de TOD@S que lutam pelos direitos humanos de todas as pessoas no nosso país.

REDE INCLUSIVA
redeinclusiva@gmail.com
redeinclusivajuntoseducacaoparatodos@yahoogrupos.com.br

Diferença não justifica chacota

Assine o manifesto

DISCRIMINAÇÃO CONTRA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA - PROGRAMA ‘CASSETA & PLANETA’

Denúncia ao MPF - discriminação do Casseta & Planeta contra pessoas com deficiência:

http://manifesto.ativo2.vilabol.uol.com.br/

Contamos com o seu apoio pessoal e de sua entidade

Fábio Adiron
Inclusão: ampla, geral e irrestrita
http://xiitadainclusao.blogspot.com/

20.9.08

DIREITOS HUMANOS E CASSETAS

A Comissão de Direitos Humanos da OAB-RJ escreveu à TV Globo.
Eis a nota:

Prezados senhores Manoel Martins e José Lavigne,

A Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Rio de Janeiro, considera profundamente preconceituoso o personagem “Tinoco, o homem toco”, criado para o quadro “Otário Eleitoral”, do Programa Casseta e Planeta.

Na Semana do Deficiente, quando se faz um esforço maior para tentar conscientizar a sociedade para os difíceis problemas enfrentados pelos cidadãos com algum tipo de deficiência, o programa, a pretexto de fazer humor escrachado, faz humor (?) de humilhação.

Ser deficiente não é uma escolha ou uma não-qualidade - como ser corrupto ou vigarista. Não é engraçado se aproveitar das dificuldades de quem tão corajosamente as enfrenta.

Atenciosamente,

Margarida Pressburger - Presidente
Comissão de Direitos Humanos e Assistência Judiciária
Ordem dos Advogados do Brasil - RJ

ANDREI BASTOS - 23456 - Vereador


Poder arreganha dentes para nós

Portal Comunique-se, Extra! Extra!, 19/09/2008:

Poder arreganha dentes para nós

Milton Coelho da Graça (*)

Quanto mais avança a democracia, quanto mais avança a tecnologia, mais o poder quer xeretar nossas vidas e menos aceita que os jornalistas descubram e divulguem um pouquinho do resultado dessa xeretice.

Por que o ministro da Justiça não mandou um projeto de lei ao Congresso com penas mais duras para violações do sigilo bancário dos cidadãos, como aquela ordenada pelo ex-ministro Antonio Palocci (e respeitosamente cumpridas por dirigentes de estatais) contra o pobre caseiro da casa de diversões mais famosa de Brasília?

Por que Legislativo e Judiciário nada fizeram depois que João Paulo Cunha, presidente da Câmara Federal, graças a informações obtidas por grampos, mandou parar a enxurrada de convocações de empresários pela Comissão de Fiscalização de Atividades Financeiras, onde eram polidamente “escalpelados”?

E, porque nada fizeram, o “Coringa” dessa Comissão continuou subindo na vida. Agora, como presidente da Constituição e Justiça, a mais importante nas duas casas do Congresso, é o pior espinho parlamentar contra o presidente Lula, exigindo sempre um “presentinho” para dar andamento a qualquer iniciativa do Governo. O mais recente “presentinho” exigido é o fundo de pensão Real Grandeza, dos funcionários de Furnas, um dos mais bem administrados do país.

Estou contando tudo isso antes que seja aprovado esse projeto provavelmente elaborado de comum acordo entre os três poderes da República (embora Lula esteja calado). O ministro Tarso Genro explicou hoje (sexta, 19/9): “Quem diz que o texto abre brecha para punir jornalistas não leu o projeto ou não teve clareza jurídica e técnica para compreendê-lo”.

Ministro, li umas três ou quatro vezes. Reconheço que talvez não tenha clareza jurídica para compreender o que V. Exa. pretende. Mas os únicos textos ministeriais que às vezes não consigo compreender são os do ministro Mangabeira Unger.

Em quase 50 anos de carreira, sempre entendi bem todos os outros. E está claríssima a intenção de impor medo e punir qualquer investigação jornalística que se inicie ou inclua informações obtidas através de um e-mail ou grampo, referentes a um tema de interesse público, mesmo que a matéria não reproduza nem se refira a essa origem. “Utilizar o RESULTADO de interceptação” é bastante vago para nos sujeitar a prisão de quatro anos e multa, com anuência e até aplauso, suspeito, de uma significativa parcela do Judiciário.

O projeto modifica o artigo 151 do Código Penal. O parágrafo 1º e seu inciso II (clique aqui para conhecer bem a ameaça) estão cuidadosamente redigidos. As palavras “imprensa” e “jornalista” não aparecem, mas é a nós que se referem.

E já está no forno outra paulada, desta vez anunciada pelo ministro Nelson Jobim, visivelmente entusiasmado pelas fotos com uniforme de combatente. O alvo é o sigilo da fonte.

Todo governante sonha com a absoluta fidelidade do aparelho de Estado, mas a democracia depende vitalmente da lealdade de cada funcionário público o interesse do Estado e da legalidade constitucional acima dos desejos de superiores hierárquicos. Quando o governante usa uniforme e a lei não nos protege, ele não apenas sonha, baixa o sarrafo.

Falo de cadeira porque peguei um mês no DOI-CODI e uma condenação a seis meses no presídio do Hipódromo, por fazer com outros companheiros um jornal clandestino (Notícias Censuradas) quando o ditador Médici proibiu a divulgação de notícias sobre uma epidemia de meningite e prejudicou o combate à doença. Se os médicos no Rio e em São Paulo tivessem baixado a cabeça e não divulgassem o que estava acontecendo, teria havido um número ainda maior de mortes.

Mencionei lá em cima que o presidente Lula até agora está calado sobre esses dois temas. Tenho sincera esperança de que ele ordenará “meia volta volver” a todos os ministros, parlamentares e juízes que sonham com um Brasil sem jornalistas xeretas.

(*) Milton Coelho da Graça, 78, jornalista desde 1959. Foi editor-chefe de O Globo e outros jornais (inclusive os clandestinos Notícias Censuradas e Resistência), das revistas Realidade, IstoÉ, 4 Rodas, Placar, Intervalo e deste Comunique-se.

18.9.08

Deu no Globo

O Globo, Eleições 2008 / Conheça os Candidatos, 19/09/2008:

Andrei Bastos 23456 (PPS)

O jornalista Andrei de Sampaio Bastos, de 56 anos, começou a militar pela causa das pessoas com deficiência em 2003, quando era assessor da deputada Georgette Vidor, em parceria com o Instituto Brasileiro dos Direitos da Pessoa com Deficiência (IBDD). Na época, ele já estava aposentado por causa de um câncer e com deficiência física em conseqüência da doença. Pela primeira vez candidato à Câmara dos Vereadores, após concorrer sem sucesso a uma vaga de deputado estadual em 2006, Andrei quer defender no Legislativo municipal os direitos à acessibilidade de deficientes a transporte público, saúde, educação, mercado de trabalho e informação.

Nos últimos anos, Andrei lutou pelos direitos das pessoas com deficiência, principalmente no acesso ao transporte coletivo do Rio. Denunciou irregularidades ocorridas nos Jogos Parapan-Americanos e armadilhas contidas no projeto de lei do Estatuto do Portador de Deficiência, que chamou de “Estatuto do Coitadinho”. Participou ainda do movimento pela ratificação da Convenção da ONU para as pessoas com deficiência. Ele lembra que o município tem apenas 48 ônibus adaptados para o acesso de pessoas com deficiência, numa frota de mais de dez mil.

O GLOBO: Por que o senhor quer ser vereador?

ANDREI BASTOS: Sou envolvido com política desde a época do movimento estudantil. Ironicamente, no entanto, só me filiei a um partido em 2003, quando participei, como assessor, da campanha de Georgette Vidor a deputada estadual. Foi nessa época que assumi o compromisso político com pessoas com deficiência. Com um mandato, quero levar essa defesa a um patamar superior, assegurando os direitos dessas pessoas à acessibilidade.

O que precisa ser mudado?

ANDREI: O transporte público, e com urgência. Não adianta falar em inclusão de pessoas no mercado de trabalho, em educação, sem elas terem direito ao ir e vir. Eu acredito que a máfia do transporte coletivo do Rio de Janeiro precisa ser alijada desse processo. Não existe qualquer lei municipal que torne obrigatória a existência de ônibus adaptados. O que existe é um acordo entre as empresas e a prefeitura.

E como mudar isso?

ANDREI: O trâmite normal é apresentar um projeto de lei que, aprovado, cria no contrato de concessão das empresas a obrigatoriedade de um percentual mínimo de ônibus adaptados. Isso não é uma utopia. São Paulo já faz. Lá existem três mil ônibus adaptados, de uma frota de 15 mil.

Datafolha: Gabeira cresce e vai a 11%

O Globo Online, 18/09/2008:

Em terceiro lugar na pesquisa está a candidata Jandira Feghali (PCdoB/PTN/PHS/PSB), que subiu de 12% para 13%. Ela está tecnicamente empatada com Fernando Gabeira (PV/PSDB/PPS), que também apresentou um crescimento desde a última pesquisa, de 8% no início do mês para 11% agora.

(Clique aqui para ler a matéria na íntegra)

O Brasil mostra a sua "cara" em Pequim

PAULO VITOR FERREIRA

Os Jogos Paraolímpicos de Pequim deixaram saudade. A delegação brasileira conseguiu o seu maior desempenho na história. O país terminou a competição na nona colocação, com 47 medalhas no total, sendo 16 de ouro, 14 de prata e 17 de bronze. Em Atenas,os brasileiros conquistaram 33 medalhas, 14 de ouro, 12 de prata e sete de bronze.

O Futebol de Cinco (dedicado a atletas deficientes visuais) conquistou o bicampeonato paraolímpico e o Remo Adaptável foi medalha de bronze com a dupla Elton Santana/Josiene Lima, no skiff duplo misto (somente movimentos de braço e tronco). As duas modalidades foram fundamentais para o excelente desempenho do Brasil na Paraolimpíada de 2008.

Ânderson Dias, integrante da seleção de Fut-5 em Atenas-2004 e praticante de remo adaptável, comemorou o desempenho de todos em Pequim.

- A Seleção de Futebol de Cinco foi brilhante ao conquistar o segundo título na modalidade. A equipe tinha peças de reposição e grandes jogadores como Ricardinho, João, Mizael, Damião, Fábio (o goleiro titular) e Bill. Já nossos atletas do remo mostraram a sua força - disse Ânderson, que, apesar dos triunfos, fez um alerta.

- O Brasil foi bicampeão, mas o Fut-5 precisa de um investimento maior. A China apareceu há pouco tempo e já transformou-se em um adversário perigoso. No remo adaptável, nossa torcida é para que o país consiga alavancar a modalidade – afirmou Dias.

O atleta pediu apenas um pouco mais de atenção com esses esportes. De acordo com ele, a natação e o atletismo têm um espaço maior do que os outros.- Temos grandes atletas nessas duas modalidades, que garantiram muitas medalhas para o país e merecem os parabéns. Porém, temos grandes nomes em outras modalidades – verbalizou Ânderson, que também pratica goalball e salto em distância.

Fonte: Blog Notícias Paraolímpicas

Caminhada SUPERAÇÃO RIO 2008

Caros amigos,

Convidamos todos para a caminhada “SUPERAÇÃO RIO 2008″ – Respeite a Diversidade!”, um movimento dedicado ao grande público, a todas as pessoas, familiares, amigos e demais convidados, que querem uma cidade acessível e harmoniosa. Projeto inspirado na famosa passeata de São Paulo, desenvolvida anualmente pelo Movimento Superação.

Que o dia “21 de setembro” seja lembrado não somente como o “Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência”, mas como o despertar na consciência da sociedade, poderes públicos e privados para a necessidade de se respeitar e fazer valer o direito de todas as pessoas, independente de raça, credo, sexo, opção sexual, ideologia, condição social ou física.

Uma festa de Todos e para Todos, com Trio Elétrico, vários ritmos, artistas, atletas paraolímpicos e muita alegria.

Venha você também se juntar a nós nesse maravilhoso projeto compartilhando conosco, a família Novo Ser e Superação, e rede de parceiros, toda a alegria do conviver saudável!

Apresentação: Sérgio Loroza

Participação do carnaval inclusivo da G.R.E.S Portela e Embaixadores da Alegria

Acesso: Altura do Metrô do Corte Cantagalo

Realização: Espaço Novo Ser e Movimento Superação

Apoio: Michelin do Brasil, Associação Pró-Vita, Tempur do Brasil, Universidade Estácio de Sá (Campus Tom Jobim), Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência, Secretaria Municipal de Esporte e Lazer, Secretaria Municipal de Trabalho e Emprego, Superintendência Estadual de Políticas para Pessoas com Deficiência, Jornal “Na Luta”, Revista Reação, Banco Real, Volkswagen (Caminhões e Ônibus), Ong Mais Diferenças, Ong MCd’E, Gráfica Artepel, Movimento Incluir, Revista Sentidos, Hotel Monte Suez e Unimed.

Nós apoiamos o Movimento Assino Inclusão

***

Dia: 21/09/2008, domingo.
Concentração: 8h30m, Orla de Copacabana, em frente ao Hotel Othon.

Curso gratuito para pessoas com deficiência motora

Blog Em Dia Com a Cidadania, 18/09/2008:

Desenvolvimento de Sistemas WEB
Curso gratuito para pessoas com deficiência motora

A RIOSOFT, em parceria com a Universidade Estácio de Sá, realizará o curso de Desenvolvimento de Sistemas Web, visando formar programadores Web com deficiências motoras - que se destina a preparar para o mercado de trabalho profissionais com deficiência motora que tenham capacidade de usar o teclado e o mouse, bem como visualizar/compreender as informações na tela.

Início: 20 de outubro de 2008

Carga horária: 224 horas (56 aulas, divididas em 2 horários: 2ª e 4ª feiras ou 3ª e 5ª feiras)

Horário: 13:30 às 17:30 h, em torno de 28 semanas.

Local: Campus da Estácio na Av. Presidente Vargas, Norte Shopping e Nova Iguaçu na Rua Oscar Soares (antiga Plínio Casado).

O curso será dividido em 3 módulos:

Módulo Básico: Criação de Páginas; Negócios na Internet; Direito; Ética e Responsabilidade Social; Interação Humano-Computador; Desenvolvimento de Sites.

Módulo Desenvolvimento: *Algoritmo e Estruturas de Dados; Linguagem Script; Redes para Web; Programação Web.

Módulo Profissional: *Projeto Web.

Inscrições prorrogadas até dia 10 de outubro: clique aqui e preencha o formulário.

Mais informações:
www.riosoft.softex.br,
inscricoes@riosoft.softex.br
ou pelo telefone (21) 3974-5015

"Para conhecer o mau, dê-lhe o pau"

Blog Em Dia Com a Cidadania, 18/09/2008:

JOBIM PEDE FIM DO DIREITO AO SIGILO DA FONTE, GARANTIDO AOS JORNALISTAS EM TODAS AS DEMOCRACIAS

Marcia de Almeida

No Nordeste, há um ditado, entre muitos, que diz que para conhecer o mau, dê-lhe o pau.

Tido como uma dos baluartes da democratização do país, por sua luta contra a ditadura, o Ministro da Defesa (defesa de quê e de quem mesmo?), Nelson Jobim, ontem, na CPI dos Grampos, ao invés de infomar o que diz respeito à sua área, neste enxovalho de bisbilhotice que assolou o país, achou por bem pedir que se relativize o direito ao sigilo da fonte - um dos pilares da liberdade de imprensa e da boa informação.

Parece incrível que, vira e mexe, alguém deste governo peça que se amordace a mídia de alguma forma.

Ele quer que não haja mais sigilo absoluto em casos constitucionais. Ora, o sigilo da fonte é um direito constitucional e fundamental para que possamos trabalhar sem que as fontes sejam intimidadas.

Existe em todas as democracias e o jornalista tem que defendê-lo com unhas e dentes, disposto a ir em cana por se negar a abrir o bico.

É condição sine qua non.

17.9.08

A revolução dos bits

Com vocês, meu artigo de estréia no REDCAST, da RedCafé Comunicação (espero que gostem):

A REVOLUÇÃO DOS BITS
16/09/08

Por Andrei Bastos

O jornalista Arthur Sulzberger Jr. tem toda razão em não estar nem aí para a possibilidade de o jornal New York Times, do qual é publisher, colocar sua última edição impressa nas ruas em 2014 ou 2043, como informou Nelson Vasconcelos na coluna Conexão Global, no jornal O Globo de 9 de setembro. Era o mínimo que se podia esperar de quem é responsável por este verdadeiro “Planeta Diário”.

A analogia com histórias de ficção científica e super-heróis não fica por aí, pois o mundo está vivendo uma revolução sem precedentes, extremamente rápida, pacífica e silenciosa, promovida pela internet. Não é à toa que na mesma edição de O Globo, na página de Opinião, um articulista reage ao avanço da rede dizendo que ela “pode ser a negação das verdades”, que o “acesso livre à informação pode ser um soporífero intelectual”. Ele procura livrar a cara dizendo que “pode ser”, mas a impressão que fica do seu texto é de total inconsciência das dimensões atuais dos negócios e da vida.

Assim como os negócios, a vida também é realizada em escala planetária já há bastante tempo, e tudo por culpa da rede mundial de computadores. Ao contrário do que afirma o articulista, muita vida é resolvida com consciência e sólido conhecimento por meio das redes de relacionamento e discussão da web, que passaram a ter grande importância, com destaque nos processos de encaminhamentos políticos, tanto em âmbito regional como internacional.

Existem grupos de discussão na internet de todo tipo e um conjunto desses grupos, com o denominador comum das deficiências, recentemente deu uma excelente demonstração do poder e da efetividade dessas redes. Grupos na internet de pessoas com todas as deficiências, em separado, se uniram numa grande rede mundial para construir o texto da Convenção Sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência da ONU, aprovado em 13 de dezembro de 2006 depois de ampla e planetariamente discutido desde a sua proposição pelo presidente mexicano Vicente Fox, durante assembléia geral da ONU em 2001.

Essa união das redes se repetiu depois, nacionalmente, em torno do objetivo comum da ratificação pelo Brasil dessa mesma Convenção da ONU. O primeiro passo foi dado no dia 23 de novembro de 2007, quando representantes de instituições ligadas às pessoas com deficiência de todo o país, em consenso resultante das manifestações encaminhadas pela internet, definiram, em reunião com os deputados na Câmara Federal, a priorização da ratificação da Convenção, em detrimento de uma proposta de Estatuto em tramitação.

O segundo passo, de significado valioso, foi dado no dia em que ocorreu a primeira votação na Câmara. No início da tarde, de dentro do plenário, usando seus smartphones, alguns deputados mandaram e-mails desanimadores, dizendo que não seria possível conseguir os votos necessários para aprovação com equivalência de emenda constitucional, que era o objetivo. Diante do torpedeamento pela internet e pelos celulares que receberam de todo o país, dizendo que aquela era a hora, eles foram à luta e a vitória foi retumbante, uma grande vitória dos bits!

SUGESTÃO PARA OS "CASSETAS"

Eu queria ver esses “humoristas” fazerem piada com os matadores que estão na Câmara ou se candidatando a ela. Personagens da vida real para “inspiração” é o que não falta, é só consultar os jornais.

Leia também:
Bandido é bandido e não excelência!,
O que faz e o que não faz diferença,
Faroeste,
Vote em Andreizinho!,
Nossa arma é o voto e
Mais um ladrão!.

DISCRIMINAÇÃO CONTRA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA - PROGRAMA "CASSETA & PLANETA"

Denúncia ao MPF - discriminação do Casseta & Planeta contra pessoas com deficiência:

EXMA.SRA.DRA. ADRIANA DA SILVA FERNANDES
DD. PROCURADORA REGIONAL DOS DIREITOS DO CIDADÃO – MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL – PROCURADORIA DA REPÚBLICA DE SÃO PAULO

IDENTIDADE – GRUPO DE AÇÃO PELA CIDADANIA DE LÉSBICAS, GAYS, TRAVESTIS, TRANSEXUAIS E BISSEXUAIS, organização da sociedade civil sem fins lucrativos, com sede na Avenida Anchieta, nº 549, ap. 73, Centro, Campinas, SP, CEP: 13015-101, por seu advogado e Coordenador de Direitos Humanos infra assinado, vem respeitosamente perante V.Exa. apresentar

DENÚNCIA DE DISCRIMINAÇÃO ÀS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

contra a

TV GLOBO DE SÃO PAULO LTDA., com endereço na Avenida Dr. Chucri Zaidan, nº 46, Brooklin, São Paulo, SP, CEP: 04583-110, pelos fatos e fundamentos expostos a seguir.

I. DOS FATOS.

I.I. O denunciante é uma entidade da sociedade civil, e dentre seus princípios e finalidades (art. 2º do Estatuto) encontramos no inciso IX “articular-se com outros setores sociais marginalizados, discriminados e excluídos em nossa sociedade, como as mulheres, negros, índios, portadores de deficiências, crianças e adolescentes, pessoas da terceira idade, encarcerados, bem como apoiar as lutas dos trabalhadores e do povo pela conquista de uma vida melhor”.

I.II. O que chegou ao nosso conhecimento é grave, seja pelo conteúdo do programa exibido, seja pelo fato de que foi veiculado através de rede nacional de televisão de sinal aberto, para todo o País, através da denunciada.

I.III. A denunciada exibe já há alguns anos o programa humorístico “Casseta & Planeta”, em horário nobre – entre 20h00 e 23h00 na grade de programação da emissora – e com consideráveis índices de audiência.

I.IV. O programa “Casseta & Planeta” exibido nesta terça-feira – 16/09/2008 – lamentavelmente praticou discriminação contra as pessoas com deficiência, a título de piada.

I.V. O referido programa vem exibindo um quadro denominado “Otário Eleitoral Gratuito” já há algumas de suas edições, mas na que foi ao ar nesta terça-feira – 16/09/2008 – trouxe uma “piada” que não tem nada de “engraçado”, mas um grave desrespeito à dignidade das pessoas com deficiência.

I.VI. O quadro em questão faz ironia e sarcasmo em relação às/aos candidatas/os à vereança no pleito deste ano, e embora em vários momentos não seja algo tão “divertido”, não imaginávamos que pudesse descambar para algo tão revoltante.

I.VII. O “candidato” denominado “Tinoco, o homem toco”, caracterizado como um homem que tem os membros superiores e inferiores amputados, faz a seguinte declaração: “Você me conhece, eu sou o ‘Tinoco, o Homem Toco’, vote em mim que eu não vou ‘meter a mão’’, e se eu roubar não vou conseguir fugir”. O link para esta edição do programa “Casseta & Planeta” é http://video.globo.com/Videos/Player/Entretenimento/0,,GIM883638-7822-NOVOS+CANDIDATOS+DO+OTARIO+ELEITORAL,00.html

I.VI. O tipo de “piadinha” apresentado no quadro “Otário Eleitoral Gratuito” do programa “Casseta & Planeta” pela denunciada é tão ofensivo que o signatário desta representação ficou, num primeiro momento, perplexo ante a desfaçatez de tal “exibição humorística”.

I.VII. O denunciante, todavia, encontra-se indignado com um programa de humor que ao fazer “chacota” de uma pessoa com deficiência agride não apenas a imensa população deste segmento de nossa sociedade, mas todas e todos que lutam contra qualquer forma de discriminação.

II. DO DIREITO

II.I. Os fatos narrados nesta petição evidenciam que a denunciada afrontou as normas nacionais e internacionais de direitos humanos em favor dos direitos das pessoas com deficiência.

II.II. O artigo 1º da Constituição da República Federativa do Brasil estabelece que “A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: (…); III - a dignidade da pessoa humana; (…)”.

II.III. A Constituição “Cidadã”, em seu art. 3º, ao definir os objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil, proclama entre estes o de “promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação” (inciso IV).

II.IV. O art. 5º da mesma Lei Maior da Nação, que define os direitos individuais e coletivos, no âmbito dos direitos e garantias fundamentais da cidadania, afirma em seu inciso XLI :
“A lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais”.

II.V. A CONVENÇÃO SOBRE OS DIREITOS DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA promulgada pela Organização das Nações Unidas e ratificada pelo Estado Brasileiro através do Decreto-Legislativo nº 186 de 9 de Julho de 2008, estabelece em seu Artigo 17 - Proteção da integridade da pessoa – que “Toda pessoa com deficiência tem o direito a que sua integridade física e mental seja respeitada, em igualdade de condições com as demais pessoas”.

II.VI. O Programa Nacional de Direitos Humanos, em sua segunda versão, promulgada através do Decreto Federal nº 4.229, de 13 de maio de 2002, afirma a seguinte proposta de controle social:

“Garantia do Direito à Liberdade Opinião e Expressão

102. Garantir a possibilidade de fiscalização da programação das emissoras de rádio e televisão, com vistas a assegurar o controle social sobre os meios de comunicação e a penalizar, na forma da lei, as empresas de telecomunicação que veicularem programação ou publicidade atentatória aos direitos humanos”.

II.VII. A “piada” veiculada pela denunciada através do quadro “Otário Eleitoral Gratuito” do programa “Casseta & Planeta”, é ofensiva à dignidade das pessoas com deficiência.

II.VIII. A denunciada, ao utilizar seu espaço neste espectro de ondas eletromagnéticas para a difusão de ódio, intolerância e discriminação, afronta o artigo 221 da Constituição, que obriga as emissoras a respeitar os valores éticos e sociais da pessoa e da família, dentre os quais se encontram, indubitavelmente, a dignidade humana e a igualdade de todos.

II.X. A veiculação de tal “piada” preconceituosa contra pessoas com deficiência pela denunciada através do quadro “Otário Eleitoral Gratuito” do programa “Casseta & Planeta”, desobedece igualmente ao artigo 28 do Regulamento dos Serviços de Radiodifusão (Decreto Presidencial nº 52.795/63), que obriga as concessionárias a “subordinar os programas de informação, divertimento, propaganda e publicidade às finalidades educativas e culturais inerentes à radiodifusão” e a “não transmitir programas que atentem contra o sentimento público, expondo pessoas a situações que, de alguma forma, redundem em constrangimento, ainda que seu objetivo seja jornalístico”.

III. DO PEDIDO

III.I. O denunciante, diante do exposto, requer :

III.I.I. A instauração do competente INQUÉRITO CIVIL PÚBLICO, para que se apure as denúncias ora formuladas;

III.I.II. A expedição de Ofício à TV GLOBO DE SÃO PAULO LTDA., com endereço na Avenida Dr. Chucri Zaidan, nº 46, Brooklin, São Paulo, SP, CEP: 04583-110, para que forneça a cópia do referido programa.

III.II. O denunciante espera, diante do exposto, seja a presente denúncia acolhida e instaurado o INQUÉRITO CIVIL PÚBLICO, e ao final promovida a competente AÇÃO CIVIL PÚBLICA, para que esta afronta aos direitos humanos das pessoas com deficiência seja devidamente reparada, como instrumento para a superação de qualquer forma de discriminação.

Termos em que,
P. Deferimento

Campinas, 16 de Setembro de 2008

Paulo Tavares Mariante
OAB-SP nº 89.915-A
Coordenador Adjunto de Direitos Humanos do
IDENTIDADE – Grupo de Ação Pela
Cidadania de Lésbicas, Gays, Travestis,
Transexuais e Bissexuais

Fonte: LISTAGLS (paulomariante - paulomariante@uol.com.br)

(Clique aqui para fazer download da denúncia)

Supercampeão da alegria!

Daniel Dias. Ao lado do judoca Antônio Tenório, do velocista Lucas Prado e dos nadadores Andre Brasil e Verônica Almeida, esse é o grande nome do Brasil nos Jogos Paraolímpicos de Pequim. Com má formação congênita nos braços e na perna direita, o grande campeão das classes S5, SB-4 (peito) e SM-5 (medley) mostrou sua competência no famoso Cubo D’água. Ele conquistou nove medalhas, sendo quatro de ouro, quatro de prata e uma de bronze. Daniel, de apenas 20 anos, é um recordista nas piscinas e na vida.

(Clique aqui e saiba mais no blog Notícias Paraolímpicas, de Paulo Vitor Ferreira)

16.9.08

ANDREI BASTOS - 23456 - Vereador


Breve relato sobre a II Conferência Estadual dos Direitos Humanos - RJ

(Clique aqui para fazer download das Propostas Regionais para a II Conferência Estadual dos Direitos Humanos - RJ)

Amig@s

A Conferência Estadual de Direitos Humanos/RJ aconteceu nos dias 12 e 13 na UERJ e contou com a presença de delegados, convidados e observadores de todo o Estado. A cerimônia de abertura contou com a participação do Ministro Paulo Vanucchi e da Secretária de Direitos Humanos e Assistência Social Benedita da Silva. O Ministro fez questão de destacar a importância da preservação da memória em relação aos assassinados e torturados pelo regime militar, afirmando que a tortura é crime contra a humanidade e também, entre outras coisas, falou sobre as pessoas com deficiência e os avanços obtidos pelos movimentos sociais nos últimos vinte anos.

Durantes dois dias os participantes assistiram às palestras dos seis eixos temáticos e participaram dos grupos de trabalho, onde foram elaboradas as propostas que posteriormente foram levadas para a aprovação da plenária, na tarde de sábado. Agora, as propostas e moções aprovadas serão encaminhadas para a Conferência Nacional, que será realizada no mês de dezembro, em Brasília.

A participação de pessoas com deficiência e de seus representantes foi essencial para dar visibilidade e avançar na luta pela educação inclusiva e de qualidade. O eixo “Educação e Cultura em Direitos Humanos” deu peso à causa ao divulgar leis e convenções e trazer à mesa o tema da Educação Inclusiva. Os demais grupos de trabalho que tiveram como delegados e observadores pessoas com deficiência ou seus representantes também trouxeram nas propostas a inclusão plena das pessoas com deficiência na sociedade.

A Conferência contou com a presença de inúmeras entidades, instituições, ONGs e grupos, entre eles, FOPEDH, Observatório das Favelas, REDE INCLUSIVA, FASE, FIERJ, Escola de Gente, Pastoral Carcerária, Comissão de Direitos Humanos e Assistência Social/OAB, Associação Remanescente dos Quilombos, Instituto Palmares de Direitos, ODH - Projeto Legal, Liga brasileira de Lésbicas e Fórum Estadual de Direitos Humanos. Os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário interagiram com a Sociedade Civil no sentido de promover avanços no Plano Estadual e Nacional de Direitos Humanos.

O próximo passo será a Conferência Nacional de Direitos Humanos, em Brasília, para onde irão os delegados do Rio de Janeiro e os delegados dos demais Estados, para juntos avaliar e atualizar o Plano Nacional de Direitos Humanos, traçando metas para o respeito à dignidade, cidadania e inclusão social plena de todas as pessoas na sociedade.

Participaram pela Rede Inclusiva:
Claudia Grabois (Rede/FIERJ/RJDown)
Andrei Bastos
Priscila Galvão

Participou pela Escola de Gente:
Fabio Meirelles

Nossos agradecimentos a tod@s com quem estivemos nesta trajetória e em especial ao Marco Fonseca - Ouvidor da Secretaria de Direitos Humanos e Assistência Social do Estado, a Carmelita Lopes - Sociedade Civil (FOPEDH) e a Dra. Denise Levy Tredler - Desembargadora e representante do Judiciário na Conferência.

Claudia Grabois
REDE INCLUSIVA e FIERJ na COE da II Conferência Estadual dos Direitos Humanos/RJ

Bandido é bandido e não excelência!

O Globo Online, Eleições 2008, 15/09/2008:

Gabeira: Há matadores na Câmara do Rio

Como outros adversários, candidato do PV muda estratégia de campanha.

(Clique aqui e saiba mais)

Leia também:
O que faz e o que não faz diferença,
Faroeste,
Vote em Andreizinho!,
Nossa arma é o voto e
Mais um ladrão!.

TCU: Governo gastou R$ 26,7 milhões com RFID no Pan-2007 e não utilizou

Convergência Digital, 25/04/2008:

TCU: Governo gastou R$ 26,7 milhões com RFID no Pan-2007 e não utilizou

Luiz Queiroz

O Tribunal de Contas da União determinou ao Ministério dos Esportes e ao Comitê Organizador dos XV Jogos Pan-Americanos que informem, num prazo de 15 dias, as razões para terem gasto R$ 26,7 milhões com a empresa Atos Origin Serviços de Tecnologia da Informação, na compra de solução de controle de acesso baseada na tecnologia RFID, sem a sua efetiva utilização. De acordo com o TCU o uso desta solução ficou restrita a pouco mais de 1/3 das credenciais ativadas durante os Jogos.

“Em mais de 75% das credenciais utilizadas, ocorreram menos de 10 acessos durante todo o período, sem a adoção de medidas corretivas em tempo hábil, comprometendo a segurança dos Jogos e contrariando o disposto na cláusula quinta, I, do 1º termo aditivo àquele contrato”, informa o ministro Marcos Vilaça, relator do processo no TCU.

O presidente do Comitê Organizador dos XV Jogos Panamericanos, Carlos Arthur Nuzman terá que prestar os esclarecimentos da parte relativa ao atraso “na especificação da matriz de privilégios” do sistema de credenciamento e pela não-utilização do sistema de controle de acesso baseado na tecnologia RFID, contratado pelo Governo Federal.

Já pelo Ministério do Esporte, o ministro Marcos Vilaça convocou duas autoridades para explicar em 15 dias porque compraram uma solução tecnológica que acabou não tendo aproveitamento, ou pelo menos baixo número de credenciais foram ativadas. Foram convocados Ricardo Leyser Gonçalves, da Secretaria Especial dos Jogos Pan-americanos Rio 2007 (Sepan) e José Pedro Varlotta, fiscal do contrato n.º 16/2006 assinado com a Atos Origin no valor global de R$ 112.998.002,00 - em que R$ 26,7 milhões foram gastos com a solução de RFID para o credenciamento.

As autoridades também vão explicar algumas irregularidades cometidas na celebração do 1º termo aditivo ao contrato n.º16/2006, “com a inclusão de serviços não previstos originalmente”, segundo o TCU. Na visão do ministro relator, o Aditivo foi assinado apenas pouco mais de dois meses depois da assinatura do contrato original, sem que se tenha realizado:

“a) O devido processo licitatório, tendo em vista tratar-se de novo objeto, incluindo itens com vários fornecedores disponíveis no mercado, tais como locação de equipamentos e compra de etiquetas, para implantação da tecnologia RFID, conforme determinado pelo art. 2º da Lei n.º 8.666/93, contrariando a orientação da Consultoria Jurídica do Ministério do Esporte e assumindo os encargos decorrentes da subcontratação desses serviços; e”

“b) A pesquisa de preços unitários dos itens a serem contratados, em observância ao 7º, §2º, II, da Lei n.º 8.666/93.”

Segurança

O ministrodo TCU, Marcos Vilaça, também convovou Jose Hilário Nunes Medeiros, responsável da SENASP/ Secretaria Nacional de Segurança Pública, do Ministério da Justiça, para apresentar, no prazo de 15 dias, as razões de justificativa, relativas à não-observação, pela segurança dos Jogos, da premissa de utilização obrigatória dos equipamentos de tecnologia RFID para controle de acesso às instalações, comprometendo a segurança do evento. “Pela qual a SENASP era responsável, conforme as Atas das reuniões da Comissão de Tecnologia instituída pela Portaria n.º 15, de 8/2/2007, do Ministério do Esporte”, explicou o mministro Vilaça.

Procedimento Administrativo

O Tribunal de Contas da União determinou ao Ministério do Esporte que realize um “Procedimento Administrativo” para apurar a responsabilidade da contratada Atos Origin, quanto à infração ao disposto no artigo 55, V, “b” do Anexo à Resolução Anatel n.º 242, de30/11/2000 (utilização de equipamentos não homologados pela Anatel e que utilizam o espectro radioelétrico), que prevê multa com lacração, caso não se tenha apurado tal fato em comissão de sindicância.

Também determinou o levantamento integral dos serviços, componentes e respectivos quantitativos, comprovadamente prestados no escopo do 1º termo aditivo ao Contrato n.º 16/2006, “incluindo a relação nominal de recursos humanos alocados e treinados, a documentação dos sistemas desenvolvidos e das consultorias realizadas e os custos envolvidos, demonstrando a compatibilidade dos preços com os praticados no mercado, com o uso das métricas usuais, encaminhando osrelatórios de levantamento para análise de preços pela Secretaria de Fiscalização da Tecnologia da Informação deste Tribunal”.

O ministro Vilaça também cobrou explicações para o “ajuste dos valores devidos à contratada para prestação dos serviços de integração tecnológica, tendo em vista eventual discrepância encontrada no procedimento relativo ao item anterior, bem como as já mencionadas neste relatório referentes à locação de equipamentos”.

O TCU também quer conhecer a íntegra do processo relativo à Comissão de Sindicância instituída pela Portaria n.º 172, de 4/9/2007 no Ministério dos Esportes, e determinou que a Agência Nacional de Telecomunicações encaminhe ao Tribunal, tão logo estejam concluídos, os resultados do Procedimento de Apuração de Descumprimento de Obrigações (PADO) n.º 535.080.118.132.007. Na decisão o ministro não deixou claro se esse processo estaria diretamente ligado à empresa Atos Origin, pelo uso de solução RFID não homologada pela agência.

Leia também:
Crime no Parapan
Um crime anunciado
O crime do Parapan

15.9.08

Notícias Paraolímpicas

Acompanhe o noticiário sobre as Paraolimpíadas de Pequim no blog de Paulo Vitor Ferreira:

Velozes, furiosos e escassos

Andre Brasil: o atleta imprescindível

O doping da cordinha em Pequim

MULHERES DE OURO

14.9.08

100.000 visitantes!

Para festejar a chegada do visitante número 100.000 do meu outro blog, meu site também entrou na campanha eleitoral e ficou de cara nova. Clique aqui para ver e navegar.

Boletim Ponto a Ponto

InfoAtivo DefNet, n. 4107, Ano 12, Setembro de 2008, Edição Extra:

Boletim Ponto a Ponto

Neste mês de setembro começou a circular a 1ª edição do Boletim Ponto a Ponto, periódico mensal editado em braille e patrocinado pela Petrobras Cultural.

Com tiragem mensal de 2 mil exemplares, o Boletim reúne artigos de jornais e revistas à venda nas bancas e é distribuído gratuitamente em todo o Brasil diretamente para pessoas com deficiência visual, assim como também para instituições e bibliotecas públicas. Cabe lembrar que a transcrição para o braille é permitida de acordo com a Lei dos Direitos Autorais 9610 de 19/02/98.

O Boletim faz parte do Projeto Ponto a Ponto, uma iniciativa da artista plástica e paisagista Silvia Valentini, que a partir de 1994 começou a estimular a troca de correspondência em braille entre cegos. Em poucos anos, o Ponto a Ponto reuniu endereços de aproximadamente 400 inscritos de 40 países que se correspondiam em português, inglês e espanhol. Inscrições feitas, endereços enviados, iniciavam-se relacionamentos que superavam distâncias e expectativas – houve seis casamentos entre participantes que, apaixonados, chegaram a se mudar de seu país de origem.

O trabalho, feito de maneira informal, aproveita papel reciclado de relatórios anuais de empresas, encartes de jornais e outros papéis de boa qualidade, com gramatura superior a 90g, necessária para a escrita em braille.

Entre os primeiros inscritos no projeto Ponto a Ponto estavam portadores de múltiplas deficiências, inclusive surdocegos. E para eles foram feitas as primeiras transcrições de artigos, em máquina manual, surgindo assim a idéia de editar um periódico em braille. A transcrição de textos é onerosa e pouco disponível no Brasil, mas só o braille atende a surdocegos e ensina a ortografia correta, não podendo ser substituído por nenhum outro meio de comunicação audiovisual ou de informática.

“O braille é essencial, é um encantamento, uma escultura. Uma página escrita em braille passa a ser uma peça tridimensional que faz superar limites”, destaca Silvia Valentini, no primeiro número do Boletim Ponto a Ponto.

O projeto foi um dos 263 selecionados pelo Programa Petrobras Cultural entre os 7392 concorrentes de todo o Brasil, na edição de 2007. A relevância do Boletim Ponto a Ponto está no histórico da iniciativa e no seu objetivo de promover a integração de pessoas com deficiência visual, levando a elas conhecimento, informação e distração. Estima-se que cada pessoa que receber um exemplar do Boletim o repassará para três ou quatro amigos. E nas associações e bibliotecas das pequenas localidades, 20 ou 30 pessoas terão acesso ao periódico. Em SP, 1540 usuários leitores estão inscritos na Biblioteca Braille do Centro Cultural São Paulo.

O Boletim tem 30 folhas impressas em frente e verso e um dos artigos é ilustrado em relevo. Tanto o sumário quanto o editorial serão impressos em braille e tinta. Os artigos, no entanto, são escritos apenas em braille. Desta maneira, cria-se uma situação invertida entre videntes e cegos, pois pessoas que não aprenderam o braille terão que conhecer o conteúdo por meio da leitura dos cegos.

Outra inovação é a capa, com uma programação visual que não inclui tinta. As palavras aparecem impressas em relevo, numa dupla solução, visual e tátil.

O Boletim Ponto a Ponto tem apoio da Lei Rouanet e isenção de 100% de impostos para empresas e pessoas físicas que queiram participar.

Os contatos poderão ser feitos com Silvia Valentini pelo endereço:

Ponto a Ponto – Caixa Postal 823
CEP 06709-970 – Cotia SP

12.9.08

ANDREI BASTOS - 23456 - Vereador


11.9.08

MANIFESTO DE APOIO A SONINHA


Vereadora teve a coragem de denunciar existência de “acordões” na Câmara

Diversos lideres políticos, promotores culturais, professores, profissionais liberais e ativistas sociais do país já assinaram o manifesto de apoio a candidata do PPS à prefeitura de São Paulo, vereadora Soninha Francine, que está sendo alvo de perseguição de seus colegas da Câmara paulistana por ter tido a coragem de falar publicamente que a votação de propostas na Casa só se dá por acordos, muitos deles espúrios. Não é nenhuma novidade, já que a imprensa denuncia sucessivamente os “acordões” da câmara e a prática do toma-lá-dá-ca.

Mas, pela declaração ter vindo de uma colega de mandato, despertou a irá de parlamentares. “Quase como o “código de honra” da máfia, que manda exterminar quem se opõe às regras do crime organizado, alguns vereadores pedem a cabeça de quem ousa questionar o modus operandi das negociações realizadas na Câmara Municipal”, diz o manifesto.

Já assinaram o documento o presidente nacional do PPS, Roberto Freire, Clarice Herzog, víuva do jornalista Vladmir Herzog, Tereza Vitale, coordenadora nacional de Mulheres do PPS, João Batista de Andrade, cineasta e ex-secretário estadual da Cultura, Luís Mir, historiador; Dina Lida Kinoshita, doutora em física da USP e membro da Cátedra UNESCO de Educação para a Paz, Direitos Humanos, Democracia e Tolerância, Davi Zaia, deputado e presidente estadual do PPS de São Paulo; Carlos Fernandes, presidente municipal do PPS de São Paulo, entro outros.

***

Manifesto de solidariedade a Soninha, pela coragem de criticar atuação da Câmara paulistana

Nós, cidadãos e cidadãs que ainda acreditamos que a ética e a transparência são essenciais à política e à democracia, repudiamos veementemente os atos de hostilidade contra a vereadora e candidata do PPS à Prefeitura de São Paulo, Soninha Francine, e consideramos inadimissível qualquer tentativa de intimidação ou ameaça de punição pelo simples fato de manifestar o seu pensamento e as suas opiniões.

Estamos todos solidários à vereadora Soninha neste momento, pela coragem de jogar luz sobre a obscuridade da Câmara Municipal de São Paulo - e pelo desprendimento de abrir mão de uma possível reeeleição como vereadora para entrar em uma campanha majoritária e influenciar decisivamente nos rumos do debate político e programático da cidade.

Quando Soninha afirmou na sabatina do jornal “O Estado de S. Paulo” que os vereadores paulistanos fazem acertos de todos os tipos e diferentes nuances, mais ou menos republicanas, para a aprovação de projetos na Câmara, foi como se riscasse um fósforo sobre um barril de pólvora.

A grande maioria dos vereadores simplesmente não admite que algum de seus pares questione as práticas e métodos próprios do parlamento paulistano. Quase como o “código de honra” da máfia, que manda exterminar quem se opõe às regras do crime organizado, alguns vereadores pedem a cabeça de quem ousa questionar o modus operandi das negociações realizadas na Câmara Municipal.

Não é segredo para ninguém que os projetos de lei - seja de iniciativa do Executivo ou dos vereadores - só entram em pauta após acordo entre os líderes partidários. Como se chega a esses acordos é o grande tabu - que a imprensa não aprofunda e que Soninha vem apontando desde o seu primeiro ano de mandato, sem grande repercussão.

Agora que é candidata à Prefeitura, as mesmas declarações ganham um enfoque diferenciado. Mas a nossa indignação é a mesma de Soninha contra essa prática dos vereadores paulistanos - que, em vez de pedirem a apuração das acusações e o esclarecimento das suspeitas, querem a punição da acusadora. Muito singular este senso de justiça e transparência.

Porém, São Paulo reivindica um novo parâmetro ético para qualificar o debate e dignificar a nossa representação política. Assim, a postura de Soninha deixa de ter apenas um caráter partidário para se transformar em um clamor de todos aqueles que amam esta cidade e desejam resgatar os sonhos e a esperança de uma sociedade mais digna, justa e humana.

Roberto Freire, presidente nacional do PPS; João Batista de Andrade, cineasta e ex-secretário estadual da Cultura; Paulo Baia, professor do Departamento de Economia da PUC; Sérgio Salomão Shecaira, professor titular de Direito Penal da USP; Alberto Aggio, historiador e professor livre-docente da Unesp; Marco Antonio Villa, professor da Universidade Federal de São Carlos; Clarice Herzog, publicitária; Arrigo Barnabé, músico; Cláudio Kahns, cineasta; Gunnar Carioba, administrador; Tereza Vitale, coordenadora nacional de Mulheres do PPS; Hercídia Mara Facuri Coelho, pró-reitora acadêmica da Universidade de Franca; Luís Mir, historiador; Dina Lida Kinoshita, doutora em física da USP e membro da Cátedra UNESCO de Educação para a Paz, Direitos Humanos, Democracia e Tolerância; Giovanni Menegoz, tradutor; Tibério Canuto, jornalista; Silvano Tarantelli, jornalista; Wanderlei Silva, diretor do Polo de Cinema e Video do DF; Davi Zaia, deputado e presidente estadual do PPS de São Paulo; Carlos Fernandes, presidente municipal do PPS de São Paulo; Nelson Teixeira, secretário-geral do PPS de São Paulo; Maurício Huertas, jornalista e coordenador do Movimento Vergonha Nunca Mais, pela ética na Política.

***

IMPORTANTE: A participação é aberta a qualquer cidadão. Estão listadas acima apenas as assinaturas iniciais do documento. A íntegra dos nomes dos apoiadores será atualizada e divulgada no decorrer dos dias. Para aderir ao manifesto, envie um e-mail para: vergonha@uol.com.br

Propostas da II Conferência Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência - RJ

Cleyde Prado Maia

Missa de 7º Dia

Sábado, 13/09/2008, às 14 horas, na Igreja de São Francisco Xavier.
Rua São Francisco Xavier, 95 - Tijuca
Rio de Janeiro

Saramago elogia ‘Ensaio sobre a cegueira’

O Globo Online, Blog do Bonequinho, 10/09/2008:

Entrevista: Saramago elogia ‘Ensaio sobre a cegueira’

Prestes a lançar “A viagem do elefante”, o 44º livro de uma carreira consagrada com o prêmio Nobel de literatura, José Saramago pede licença a seus compromissos com a prosa sempre que o assunto é a adaptação cinematográfica dirigida por Fernando Meirelles de seu “Ensaio sobre a cegueira”. Co-produção entre o Brasil, o Canadá e o Japão, o longa-metragem, estrelado por Julianne Moore, estréia nesta sexta-feira sob as bênçãos do escritor português. Desde maio, logo após a exibição da produção na abertura do Festival de Cannes, Saramago se mostrou satisfeito com o que viu. Nesta entrevista ao GLOBO, feita por e-mail, o autor de “Memorial do convento”, que completa 86 anos em novembro, chama de “brilhante” o trabalho de Meirelles na direção. Em tom de parábola, o filme fala de uma misteriosa epidemia capaz de gerar perda de visão em massa, levando suas vítimas a um doloroso processo de quarentena. Admitindo completo desprezo pela ditadura dos efeitos especiais na telona, Saramago avalia sua relação com o cinema e analisa duas graves catástrofes contemporâneas: a cegueira política e a miopia artística.

No filme de Fernando Meirelles, assim como no seu livro, a epidemia de cegueira é retratada como uma catástrofe, servindo como metáfora para desarmonias sociais contemporâneas. O que significa ser cego no mundo pós-11 de Setembro?

SARAMAGO: Já estávamos cegos antes do 11 de Setembro. O mundo é muito maior que Nova York, e o terrorismo é apenas um dos males de que a Humanidade tem sofrido desde sempre e quem sabe se para sempre. Peço perdão pelo que o termo “apenas” possa parecer restritivo. Se não nos limitássemos a olhar, se víssemos de fato o que temos diante dos olhos todos os dias, se tudo isso tivesse um efeito real na nossa consciência, então não poderia haver nada capaz de deter o movimento geral de protesto que se desencadearia a escala mundial contra o terrorismo da al-Qaeda, mas também contra essa enfiada maldita de calamidades que fizeram deste mundo um inferno, o único, porque é impossível que haja outro como este. Costumo dizer que o ser humano é um animal doente. Os fatos o confimam. Quanto ao “Ensaio sobre a cegueira”, sou o primeiro a dizer que não passa de uma pálida imagem da realidade.

Logo após a exibição de “Ensaio sobre a cegueira” em Cannes, em maio, o senhor exaltou as qualidades do filme. Hoje, como o senhor avalia o trabalho de Fernando Meirelles na transposição de seu texto para o cinema?

SARAMAGO: O resultado da adaptação de Fernando Meirelles é mais do que satisfatório. Considero-o até brilhante. O essencial da história está ali, como seria de esperar, mas, sobretudo, encontrei na narrativa fílmica o mesmo espírito e o mesmo impulso humanístico que me levaram a escrever o livro. Nem Fernando Meirelles nem eu pensamos que vamos salvar a Humanidade, mas somos conscientes de que, quer como artistas, quer como cidadãos, levamos a cabo um trabalho responsável.

O senhor conhece a obra cinematográfica de Meirelles?

SARAMAGO: Vi e apreciei como devia “Cidade de Deus” e “O jardineiro fiel”. Quando dei o “sim” a Fernando, sabia o que fazia. Suponho que os brasileiros devem estar orgulhosos de que um dos seus seja um dos melhores realizadores de cinema da atualidade. Quanto à minha relação com o cinema internacional, para além da irritação profunda que me causam os chamados efeitos especiais, reconheço que não o acompanho com regularidade. O caráter absorvente do meu trabalho de escritor distrai-me da obrigação de princípio de acompanhar de perto outras manifestações artísticas, sem esquecer a distância física a que me encontro dos grandes centros (o autor vive entre Lisboa e a Ilha de Lanzarote, na Espanha).

Além de Meirelles, o que mais o senhor conhece do cinema brasileiro? E em relação ao cinema português? O nonagenário Manoel de Oliveira, o mais importante cineasta de seu país, está entre seus “diretores de cabeceira”?

SARAMAGO: A resposta anterior já antecipou em grande parte o que poderia dizer sobre este assunto. Não sou de todo ignorante do que se tem feito em Portugal e Brasil, mas o meu conhecimento é demasiado parcelar para que me permita uma opinião fundada. Admiro Manoel de Oliveira, evidentemente, mas confesso que não está entre os que chamo de meus diretores de cabeceira.

Passados quase 13 anos da publicação de “Ensaio sobre a cegueira”, que dilemas o senhor acredita que a personagem da Mulher do Médico, interpretada por Julianne Moore, ainda sintetiza? O senhor releu o livro a fim de saber a atualidade da parábola nele representada?

SARAMAGO: Muitas das “mulheres do médico” são homens. São todas aquelas pessoas que estão conscientes do verdadeiro caráter do mundo em que vivem e que sofrem por não ver sinais positivos de mudança, mas também pela sua própria impotência perante o desastre que se tornou a vida humana. Não li o livro recentemente. Aliás, não é meu costume reler o que escrevi. Obviamente, releio as provas. Mais do que isso, não.

Qual é a maior cegueira literária do mundo contemporâneo?

SARAMAGO: Considero a literatura talvez a menos cega das expressões artísticas atuais. Em muitos dos livros que têm sido escritos, se forem atentamente lidos, encontrar-se-á, além de claras denúncias da dramática situação a que chegamos, abundante e substancial matéria de reflexão. Assim, que o leitor esteja disposto a abandonar a sua mais ou menos confortável cadeira de espectador do mundo.

O que nos espera em seu novo livro, “A viagem do elefante”, que a Companhia das Letras promete para novembro?

SARAMAGO: O meu próximo livro, “A viagem do elefante”, não é um romance, mas sim um conto, uma narrativa que, apesar das suas 250 páginas, não perde nunca a sua natureza de conto. Pelo contrário, reivindica-a. A história parece simples, o relato do que acontece a um elefante que é levado de Lisboa a Viena, mas a simplicidade, neste caso, é uma mera aparência. O leitor julgará por si mesmo.

No seu blog (http://blog.josesaramago.org), o senhor adianta que “A viagem do elefante” será uma trama coral, narrada a várias vozes. De que maneira esse enredo vai abordar a questão da solidariedade, tema que norteia “Ensaio sobre a cegueira” e vários outros livros seus?

SARAMAGO: As questões da coralidade e da solidariedade, embora presentes, são algo marginais ao miolo da história. Como é meu costume, uma vez mais, a epígrafe do livro resume e anuncia o que virá depois: “Sempre acabaremos chegando aonde nos esperam”. A frase só aparentemente é enigmática.

Três décadas após a publicação de “Objecto quase”, livro que marca sua estréia como contista, o senhor retoma o fomato em seu novo livro. O senhor pretende continuar a investir nos contos?

SARAMAGO: Não creio, ainda que me tenha atrevido a chamar conto a “Viagem do elefante”… De todo modo, tomo nota da sugestão.